SegredosDoVinho

Como os vinhos são produzidos

Processos de Vinificação

Os processos de vinificação, conservação e envelhecimento giram em torno da fermentação alcoólica, que converte parte do açúcar do mosto de uva em álcool etílico e outra parte em dióxido de carbono.  

Obtenção de Vinhos Tintos

Para obter vinhos tintos, de forma geral ocorrem os seguintes processos:  

  • Vindima de uvas tintas em caixas, não excedendo 17 quilos por caixa, para evitar esmagamento precoce do bago.
  • Separação dos bagos de seu cacho (desengaço).
  • Prensagem dos bagos com prensa pneumáticas para evitar extração excessiva de taninos, resultando no mosto.
  • Adição de leveduras ao mosto. 
  • Fermentação e maceração do mosto obtido com as cascas em tanques de aço inoxidável. Neste processo, é adicionado dióxido de enxofre que agirá como conservante. O tempo de fermentação pode variar de acordo com o tipo da uva

  • Fermentação e maceração do mosto obtido com as cascas em tanques de aço inoxidável. Neste processo, é adicionado dióxido de enxofre que agirá como conservante. O tempo de fermentação pode variar de acordo com o tipo da uva

  • Trasfega do vinho retirando as cascas, para um segundo tanque, onde continuará o processo de fermentação. Todo processo de fermentação deve ter temperatura controlada entre 25° C. e 32° C. Se passar dos 35° C, ocorrerá o interrupção da fermentação. O tempo varia entre 7 e 50 dias, dependendo se o vinho desejado for suave ou seco respectivamente.  

  • Clarificação do vinho através de decantação, colagens e filtração.
  • Adição de gás anidrido sulfuroso para conservação (INS 220).  
  • Envelhecimento em barricas de carvalho (opcional).
  • Engarrafamento do vinho (envase).

Obtenção de Vinhos Brancos

Para obter vinhos brancos, de forma geral ocorrem os seguintes processos:

  • Vindima da uvas brancas ou tintas em caixas, não excedendo 17 quilos por caixa, para evitar esmagamento precoce do bago.
  • Separação dos bagos de seu cacho (desengaço).
  • Prensagem dos bagos com prensa pneumáticas para evitar extração excessiva de taninos, resultando no mosto. Para uvas tintas, a casca deve ser separada do mosto para evitar a maceração, o que resultaria em vinho tinto.

  • Adição de leveduras ao mosto.
  • Fermentação do mosto obtido em tanques de aço inoxidável. Neste processo, é adicionado dióxido de enxofre que agirá como conservante. O tempo de fermentação pode variar entre 14 e 21 dias, de acordo com o tipo da uva. Todo processo de fermentação deve ter temperatura controlada entre 15° C. e 22° C.
  • Clarificação do vinho através de decantação, colagens e filtração.
  • Adição de gás anidrido sulfuroso para conservação (INS 220).
  • Engarrafamento (envase).
Mosto de uvas brancas para fermentação e obtenção de vinho branco

Obtenção de Vinhos Rosados

Os vinhos rosados (ou vinhos rosés) podem ser obtidos de 4 formas:  

  • A partir do pouco tempo de maceração da casca de uvas tintas no mosto. 
  • Da mistura de uvas brancas com tintas durante a maceração.
  • Da retirada precoce das cascas de uvas tintas durante a maceração.
  • Da mistura (denominada corte ou “assemblage“) de vinhos tintos com vinhos brancos.  

Obtenção de Vinhos Espumantes (champagne, cava, sekt, etc)

Os processos básicos para obtenção do vinho espumante são:  

  • Vindima de uvas (geralmente pinot noi, pinot meunier, chardonnay) em caixas, não excedendo 17 quilos por caixa, para evitar esmagamento precoce do bago.
  • Separação dos bagos de seu cacho (desengaço).

  • Prensagem dos bagos com prensa pneumáticas para evitar extração excessiva de taninos, resultando no mosto flor, que é o mosto obtido da primeira prensagem.
  • Adição de leveduras ao mosto.
  • Primeira fermentação e formação do “chapéu” no mosto obtido (sem cascas) em tanques de aço inoxidável.
  • Terminada a primeira fermentação, obtém-se o “vinho base”, que nada mais é do que um vinho branco normal. 
  • Adição do licor de expedição (em média 24g por litro) que determinará o teor de açúcar do espumante (Extra brut, brut, demi-sec, doux).
  • Segunda fermentação (também chamada de “Prise de Mousse”) pode ser feita de 3 formas:
  • “Prise de Mousse – Méthode Charmat” ou chamada de segunda fermentação pelo processo charmat. Nessa fase, a fermentação libera gás carbônico que em tanques fechados de aço inoxidável, a pressão interna aumenta, garantindo a dissolução do gás no vinho base, formando assim o perlage (as bolinhas) do espumante. A Prise de Mousse dura de 4 a 5 semanas.
  • “Prise de Mousse – Méthode Champenoise”. Conhecido também como “Méthode Classic”. Quando a segunda fermentação for feita na própria garrafa, recebe o nome de método champenoise. As garrafas ficam inclinadas de boca para baixo e é feito um rémuage para que os resíduos se acumulem no bocal. Quando estiver pronto, congela-se o gargalo da garrafa e a própria pressão interna criada na garrafa expulsa os resíduos. Completa-se a garrafa com mais um pouco de espumante e está pronta para ser lacrada com rolha tipo corona. Este é o método utilizado nos Champagnes produzidos em Reims, na França.

  • “Prise de Mousse – Méthode  Acenstrale”. Conhecido também como “Méthode Rurale” ou “Méthode Artisanale” são semelhantes ao método champenoise, porém com algumas diferenças abaixo elucidadas.

O método ancestral é uma técnica de fermentação que permite desenvolver vinhos espumantes sem a necessidade de adição de leveduras ou açúcares. A fermentação ocorre naturalmente com os próprios açúcares e leveduras da uva. Para obter perlage (bolhas) finas, controla-se as temperaturas em todos os momentos da vinificação.
A primeira fase decorre em cuba com temperatura controlada para o início da fermentação (até obtenção de 6 a 7 graus de álcool). Segue-se para uma ligeira filtração engarrafando em seguida o vinho, onde continua a fermentação e dá origem às bolhas.

  • Correção do gás anidrido sulfuroso  para conservação (INS 220).  
  • Envase e colocação de rolha tipo corona (para espumantes produzidos pelo método charmat).